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A pergunta que se coloca é a de saber qual seria o papel
de um criador em um Universo que pode ser completamente explicado pelas leis da
Física! Talvez a resposta esteja na chamada teoria do todo, que segundo
Stephen Hawking e outros unificaria a teoria da relatividade geral e a
mecânica quântica em um único corpo matemático autoconsistente.
Nesta visão, esta nova teoria nos permitiria entender a mente divina.
Mas, segundo Steven Weinberg, é preciso ter cuidado com o emprego deste termo,
que na verdade difere do seu significado teológico usual. Para os cosmólogos a
mente divina não representa uma personalidade mas um princípio abstrato
de ordem e harmonia, que expresso através de uma teoria matemática, seria capaz
de explicar aquilo que observamos na natureza.
Um ponto importante, na visão de Stephen Hawking, é que no
seu modelo cosmológico não existe um momento preciso quando o Universo
começou, simplesmente porque não existe um momento preciso quando o tempo
começou a existir. A grandeza que chamamos de tempo emergiu de uma
mistura quântica durante o big-bang. O Universo não começou num dado instante,
mas ao contrário foi criado com uma qualidade que chamamos de tempo.
Neste sentido, não deixa de ser interessante que no pensamento de Santo
Agostinho, há cerca de 1500 anos atrás, o Universo não teria sido criado num
dado instante do tempo, mas ao contrário foi criado com o tempo.
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