Dept. Astronomia

Na verdade, por paradoxal que possa parecer à primeira vista, o desenvolvimento do pensamento científico foi em grande medida fruto do interesse religioso da sociedade. Na idade média, quando a europa cristã se afastou do pensamento científico, as ciências de um modo geral, incluindo-se aí a astronomia e a matemática, foram mantidas vivas graças aos matemáticos e filósofos do mundo islâmico. Posteriormente, foram os monges e teólogos cristãos que retomaram a herança greco-romana e a aprimoraram, desenvolvendo na europa o conhecimento científico. Pesquisadores como Copérnico, Kepler e Galileu que revolucionaram o conhecimento astronômico pertenciam a ordens religiosas e outros, como Newton, eram católicos fervorosos. A posição destes pesquisadores face à doutrina cristã era a de tentar entender a criação divina e não a de contestar a fé religiosa.

a criação de Adão

Somente a partir do século XVIII-XIX é que se acentuou a discordância entre o pensamento religioso e a ciência. Um marco divisório neste conflito foi a publicação do livro de Charles Darwin disseminando a idéia de que o homem seria o resultado da evolução natural a partir dos macacos. Durante o século XIX estas idéias foram consideradas inaceitáveis para os teólogos cristãos que ainda acreditavam na hipótese criacionista, segundo a qual Deus teria criado o homem à sua imagem e semelhança. Apesar de que ainda hoje existam partidários desta crença, é preciso ficar claro que os principais pensadores cristãos atuais não vêem qualquer conflito entre a teoria evolucionista e a fé cristã.