- Estrelas Be: Uma Visão Geral
- Bruno Mota
- Resumo
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Estrelas Be são estrelas da Sequência Principal que apresentam alta rotação, a qual, por meio de processos ainda desconhecidos,
está relacionada com o surgimento de um disco circunstelar que se forma de material ejetado da estrela.
Nossa concepção sobre as propriedades do material circunstelar em torno de estrelas Be evoluiu muito desde os
trabalhos pioneiros de Struve (1931), que foi o primeiro a propor um modelo viável para explicar as linhas de
emissão presentes no espectro destas estrelas. Uma revisão histórica da pesquisa em Be's pode ser encontrada em
Underhill & Doazan (1982), Slettebak (1988), Porter & Rivinius (2003) e Rivinius, Carciofi & Martayan (2013).
Sabemos que estrelas Be são marcadas por possuírem discos circunstelares que podem ser detectados via linhas
espectrais em emissão sobre o espectro da fotosfera, pelo excesso de emissão no infravermelho, IV,
resultante do reprocessamento da luz estelar pelo disco, e pela polarização da luz estelar pelo disco.
Mais recentemente, deixamos de estudar o disco indiretamente, passando a detectá-lo diretamente através
de medidas de alta resolução angular permitidas pela interferometria. Além disso, estrelas Be apresentam
diferentes tipos de variabilidade que podem se manifestar em vários observáveis,
abrangendo variadas escalas de tempo. Na última década, vimos surgir um consenso de como estes discos são
estruturados graças a avanços tanto do ponto de vista observacional quanto teórico. Vimos o paradigma
do disco de decréscimo viscoso (Viscous Decretion Disks, VDD), se fortalecer apoiado tanto pelas
observações quanto pela teoria, tendo nosso grupo no IAG fornecido contribuições importantes na
parte de transporte radiativo e de teoria de discos circunstelares com o auxílio do código de
transporte radiativo HDUST.
- Referências
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