Os primeiros modelos para a formação da Galáxia consideravam que os principais componentes galácticos (halo e disco) fossem estruturas remanescentes de um único evento de colapso gravitacional dissipativo. Mesmo após a descoberta, em 1983, do que hoje conhecemos como "disco espesso" levou à elaboração de variantes de modelos monolíticos, nos quais esse novo componente seria ou um estágio intermediário do colapso, ou um artifício dos dados observacionais que mascarariam uma transição suave entre o que, arbitrariamente, chamamos de halo e disco. Dos anos 90 em diante, ao contrário, vimo-nos confrontados com diversas evidências observacionais que vão de encontro a esse cenário de colapso monolítico, explicitando, ao invés, o importante papel que eventos esporádicos de fusões e canibalismo galáctico tiveram na construção da Via Láctea e de seus componentes. Nesse seminário, veremos algumas dessas evidências observacionais relacionadas à construção do halo.