Titã,
o maior satélite de Saturno, é único no Sistema Solar por apresentar uma
densa e ativa atmosfera de nitrogênio. A névoa que obscurece a superfície é
constituída de hidrocarbonetos e nitrilas complexos, que gradualmente se
acumulam sobre sua crosta de gelo de água, amônia e metano. O metano, o segundo
componente atmosférico mais abundante, circula entre gás e nuvens na
atmosfera, e líquido na superfície. Apesar dos aspectos comuns com o ciclo da
água na Terra, como a ocorrência comum de nuvens convectivas e circulação
entre atmosfera e superfície, o ciclo do metano em Titã é marcadamente
diferente pela escassa energia solar para o alimentar, e pela concentração do
metano na atmosfera, e não na superfície. As observações possíveis na última
década, principalmente da sonda Cassini desde 2004, têm revelado diferentes
elementos do ciclo do metano, como
nuvens, lagos e estruturas de
origem
fluvial. Mas todas estas observações cobrem apenas uma estação no ano de
Titã,
e ainda não há modelos que expliquem a distribuição e circulação do metano.
Particularmente é necessário ainda medir mais detalhadamente a variação
espacial e temporal do metano, para determinar quais são suas fontes, e como
ele interage com a névoa, que é originada da fotodissociação do metano e é um
dos principais determinantes da dinâmica atmosférica. Com a chegada do
equinócio em 2009, nos próximos anos a região polar do norte poderá ser
observada em detalhes pela primeira vez, e será possível observar quais são
os
efeitos da inversão sazonal da distribuição da névoa.
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