23/08/2006 – 14h – Auditório Principal, Bloco G – IAG/USP

Sylvio Ferraz Mello

IAG/USP

Título/Title: Dinâmica de sistemas planetários extra-solares

Resumo/Abstract:

O número de sistemas planetários extra-solares com mais do que um planeta vem aumentando de maneira contínua desde a descoberta do sistema de 3 planetas ao redor de Upsilon Andromedae. O conhecimento da dinâmica desses sistemas é fundamental para que se possa averiguar sua estabilidade e saber como eles evoluiram até o seu estado atual. Vários desses sistemas possuem pares de planetas em órbitas com períodos comensuráveis. Modelos simples de migração planetária (devidas a interação com o disco em que se formaram os planetas) mostram como órbitas de planetas que se formam inicialmente em órbitas circulares evoluem e como as excentricidades são excitadas após a captura na ressonância e sobretudo depois que o sistema atinge o estado dito de corrotação apsidal. Planetas em órbitas de alta excentricidade adjacentes e próximas só podem subsistir se profundamente imersos em uma ressonância de períodos. Se o estado final, após dissipação do disco, é de órbitas cuja razão de períodos tem valores intermediários, entre 5 e 30, nenhuma ressonância importante é cruzada e não há captura em ressonância. O regime de movimento nesses casos é o regime secular com alinhamento dos periastros. Nesses sistemas ocorre uma troca constante de momento angular que faz com que as excentricidades tenham grandes oscilações. Os estudos de dinâmica secular mostram que soluções com alinhamento (ou anti alinhamento) dos periastros são as mais prováveis. Também mostram que no caso de sistemas de planetas não coplanares, a troca de momento angular pode excitar as excentricidades e levar o sistema a uma situação instável. Como exemplos serão considerados os planetas das estrelas GJ 876, HD 82943, 55 Cnc, 47 UMa, Upsilon Andromeda e do pulsar PSR 1257+12.

 

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