01/09/2004 – Auditório Principal Bloco G – IAG/USP

Dr. Jeferson A. Ortiz

IAG – USP

Título/Title: Astrofísica de Altíssimas Energias: Aspectos Observacionais

Resumo/Abstract:

Atualmente, a detecção de chuveiros atmosféricos extensos constitui o único modo de se estudar raios cósmicos com altíssimas energias (RCAE's). Para responder questões fundamentais na física de raios cósmicos, tais como origem, mecanismos de aceleração, espectro e identidade, os experimentos de RCAE's buscam medir chuveiros atmosféricos. Historicamente, duas técnicas de observação têm sido empregadas com sucesso: detectores de superfície (consistindo de cintiladores e/ou tanques de água Cerenkov) e detectores de fluorescência. Os experimentos que utilizam os detectores de superfície observam a densidade parcial da frente do chuveiro, no momento em que as mesmas alcançam o solo e o arranjo de detectores e, portanto, caracterizam a distribuição lateral do chuveiro. Já os detectores de fluorescência observam sinais de luz fluorescente no UV, produzidos através da excitação das moléculas de Nitrogênio pelos elétrons secundários, à medida que o chuveiro se desenvolve na atmosfera. Portanto, detectores de fluorescência possibilitam a caracterização do desenvolvimento longitudinal do chuveiro.

O desafio de experimentos de raios cósmicos passa pela reconstrução das informações obtidas, de modo a extrair a direção de chegada, a energia e a identidade da partícula que originou o chuveiro atmosférico. As duas primeiras quantidades físicas podem ser obtidas com relativa facilidade, dentro de erros aceitáveis. Contudo, a identidade da partícula, a qual é fundamental para a discriminação da maior parte dos modelos físicos, não é trivial de se obter.

Neste seminário, discutiremos as assinaturas observáveis, esperadas em chuveiros atmosféricos, para uma variedade de possíveis primários, tanto hadrônicos como leptônicos e exóticos. Centraremos nossa discussão na potencialidade de observação de dois experimentos: o Observatório Pierre Auger, o presente, e o Telescópio EUSO, o futuro.

 

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