Foco

Deve-se proceder da seguinte forma para focalizar o telescópio.

1. Apontar o telescópio para uma estrela perto do zênite de 8 magnitudes ou mais. O objeto deve ser razoavelmente fraco para que o tempo de integração, da ordem de 5s, não permita que o CCD sature. Se não existir um objeto assim, pode-se apontar o telescópio para uma estrela mais brilhante e dar um offset até que um objeto mais fraco esteja no campo do CCD. Então, deve-se ajustar o espelho secundário até uma posição em que as duas imagens da calcita apresentem bons valores de foco (isso é feito usando a tarefa rimexam do IRAF). Não esquecer de anotar o número do display de foco.
2. Fazer várias exposições em torno desse número para encontrar um valor melhor de foco. Por exemplo, fazer uma série de 7 exposições centradas no valor obtido, variando de 30 em 30 unidades entre um valor e outro do foco. O melhor valor do foco é aquele em que os valores de FWHM das duas imagens da estrela (ordinária e extraordinária) são os menores ou que proporcionem o melhor ajuste.
3. Se os valores de FWHM tiverem variado muito de um valor de foco para outro, deve-se repetir a série usando algumas novas imagens centradas no valor encontrado na série anterior, mas com os valores de foco distantes em 15 unidades um do outro.

   Durante a noite, a temperatura cai, geralmente, e o valor do foco normalmente tem de ser reajustado na direção que leva o espelho secundário para longe do primário (já que a T menor contrai a estrutura do telescópio). Pode ser que uma nova série de foco (com 5 imagens, por ex.), possa ser necessária. Às vezes, somente ajustando-se o foco de 3 a 5 unidades para o lado certo, já dá um valor bom de FWHM se o seeing estiver bom. Dá para saber se é o foco do telescópio ou se é o seeing que está ruim: quando é o foco, o ajuste do perfil radial não é bom; quando o foco está certo mas o seeing ruim, o ajuste é bom mas o valor de FWHM é grande).