12/08/2005

 

O Instituto do Milênio para Evolução de Estrelas e Galáxias na Era dos Grandes Telescópios tem como principal objetivo o desenvolvimento de instrumentos dentro dos consórcios dos Telescópios SOAR e Gemini, de que o Brasil é participante. Com o funcionamento destes instrumentos iniciado recentemente, estamos num momento crucial para a comunidade brasileira, que permite obter o retorno do investimento feito pelo CNPq, MCT e FAPESP, no sentido de inserir a comunidade no desenvolvimento de instrumentação, com transferência de tecnologia, formação de pessoal em tecnologias de ponta, e desenvolvimentos tecnológicos por nossa comunidade. A astronomia atual tem tido um desenvolvimento tecnológico de grande dinamismo, onde problemas científicos geram novas idéias e tecnologias, numa cadeia fascinante de novas descobertas científicas e implementações tecnológicas.

 

Os instrumentos STELES, SIFS e SPARTAN para o telescópio SOAR vêm sendo desenvolvidos por equipe de pesquisadores e engenheiros de diversas instituições dentro do IM:

 

Espectrógrafo SIFS para o telescópio SOAR:

O SIFS (SOAR Integral Field Spectrograph) representa a primeira contribuição brasileira na instrumentação do SOAR. Trata-se de um espectrógrafo de Campo integral, capaz de obter em uma única observação 1300 espectros simultâneos, produzindo informação tridimensional (mapa espacial e espectral) de uma região observada. O projeto incorpora soluções tecnologicamente arrojadas e modernas, tais como um feixe de 1300 fibras ópticas para conduzir a luz do telescópio até o espectrógrafo propriamente dito, redes de difração holográficas intercambiáveis por controle remoto, lentes recobertas com tratamento anti-reflexivo de solgel, etc, tudo visando o máximo de eficiência em termos de aproveitamento da luz do objeto observado. O projeto encontra-se em fase de execução, todas as definições de aspectos de óptica e de mecânica tendo sido estabelecidas. Prevê-se sua conclusão em aproximadamente um ano. O projeto contou com verba Fapesp para a sua construção, e verba do IM para compra de criostato para o detector e desenvolvimento de software.

 

Espectrógrafo STELES para o telescópio SOAR:

O STELES (SOAR Échelle Spectrograph) será um espectrógrafo échelle com dispersão cruzada de última geração, com dois canais, instalado no foco Nasmyth do telescópio, e com capabilidade no ultravioleta. Os projetos óptico e mecânico foram desenvolvidos no âmbito do IM, e empregam tecnologias recentes e conceitos inovadores, que o tornam o mais eficiente e compacto (e barato) dos espectrógrafos do gênero. Os detectores e criogenia foram adquiridos dentro do IM, o que corresponde a 1/3 do valor do projeto, e a parte importada mais cara. O projeto foi aprovado pelo Conselho Diretor do Projeto SOAR, como o instrumento brasileiro de 2ª geração, e  encontra-se agora em fase de detalhamento.

 

Outro aspecto importante no IM é o desenvolvimento de software para redução dos dados observados. Os instrumentos da atualidade são cada vez mais sofisticados e o tratamento de dados envolve softwares extensos e engenhosos. Portanto é necessário dispor-se desses softwares tal que se possa tirar a informação científica. Uma equipe envolvendo diversas instituições produziu software para redução dos dados do SIFS, assim como de seu protótipo em uso no Laboratório Nacional de Astrofísica/MCT em Itajubá. Software para redução dos dados do STELES está sendo desenvolvido.

 

O imageador infravermelho SPARTAN é de responsabilidade da Michigan State University, com participação brasileira importante. Dentro do IM foi comprado um detector infravermelho, e o instrumento final será enviado ao Chile em janeiro/2006. Os testes de seu funcionamento no telescópio deverão contar com pesquisadores e engenheiros brasileiros. A verba brasileira aplicada neste imageador foi contabilizada, no projeto SOAR como 'contribuição de instrumento menor', prevista no contrato CNPq-SOAR.

 

O IM envolve 130 doutores, e 150 alunos em 24 Instituições ondeastronomia profissional (IAG-USP,UFRGS,LNA/MCT,ON/MCT,INPE/MCT,UFRJ - Obs. Valongo, Física, UFRN,UFMG, UFSC, UFSM, UEFS-BA, UESC-BA, UFSF-BA, UNICAP-PE, UNICSUL, UNIFEI, UFES, UEL-PR, UEPG-PR, UCS-RS, UERGS-S.Borja, UERGS-Osorio, UERJ, Fundação Santo Andre-SP), e têm-se desenvolvido vários outros aspectos importantes de interesse da comunidade astronômica, e dentre estes podemos citar:

 

 

Finalmente, a astronomia profissional brasileira é bastante forte em produtividade científica. Os participantes deste IM produziram 350 artigos em revistas internacionais indexadas de alto parâmetro de impacto, no período 2001-2004. As citações a artigos científicos produzidos pelos pesquisadores do IM tem crescido muito nos últimos anos. Um fato que ilustra nossa produtividade foi o resultado, dentro do Projeto Gemini, indicando que a comunidade brasileira é a mais produtiva dentre os 6 países parceiros, proporcionalmente à sua quota de tempo de observação.