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Gradientes Radiais de Abundâncias em Galáxias Espirais

Roberto D. Dias da Costa, Walter J. Maciel

IAG/USP

A existência de um gradiente radial de abundâncias na Via Láctea já é bem conhecida para o disco galáctico, tendo sido determinada a partir de distintos objetos como regiões HII, nebulosas planetárias, cefeidas ou aglomerados abertos. O gradiente apresenta-se com as abundâncias tendendo a valores menores para distâncias galactocêntricas maiores. Adicionalmente, resultados recentes indicam que tal gradiente varia ao longo do raio galactocêntrico, tendendo a diminuir para R > 10 kpc, bem como indicam também uma variação com a idade, com o gradiente tendendo a diminuir para objetos mais novos. As nebulosas planetárias são traçadores eficientes deste gradiente, já que suas abundâncias podem ser determinadas com boa precisão a partir das linhas de emissão nebulares. Sendo produtos da evolução de estrelas de massa intermediária, as abundâncias determinadas a partir das nebulosas refletem o comportamento desta população distribuída no disco galáctico ao longo de uma faixa expressiva de idades, já que as estrelas progenitoras têm distintas massas e, conseqüentemente, distintas idades. A existência deste gradiente é um vínculo importante para os modelos de evolução química da Galáxia. Analogamente, o teste da existência ou não dos mesmos em galáxias externas é necessário para que se possa modelar a evolução destes sistemas estelares. Existem algumas determinações de gradientes radiais em galáxias próximas, obtidas basicamente a partir de regiões HII, porém apenas com o uso de espectrógrafos multi-objeto será possível a derivação de abundâncias para amostras homogêneas e estatisticamente significativas de planetárias em galáxias externas. Tais resultados permitirão testar a existência de gradientes radiais de abundância, assim como a variação deste gradiente para distintas distâncias galactocêntricas e ao longo do tempo. Este projeto será apresentado e discutido, e serão apresentados alguns resultados preliminares, já obtidos com o espectrógrafo GMOS no telescópio Gemini Norte para as galáxias M51 e M96.