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Estrutura Espiral e Evolução Química do Disco Galáctico

Jacques Lépine1
Wilton Dias1,2, Marília Sartori3, Eduardo B. Amores1,4, Sergio Scarano Jr.1,
Sergei Andrievsky5, Yuri Mishurov6

(1) IAG/USP (2) Instituto de Física de São Carlos/USP (3) LNA/MCT (4) Observatoire de Besançon, França (5) Department of Astronomy/Odessa State University, Ukraine (6) Space Research Department/Rostov State University, Russia

Para entender a evolução do disco galáctico, temos que conhecer o papel da estrutura espiral, que têm papel dominante na formação estelar. O gradiente de metalicidade no disco, e em particular o gradiente de abundância de Oxigênio, reflete o passado recente da taxa de formação estelar, já que onde a taxa de formação estelar é elevada, a abundância de Oxigênio cresce mais rapidamente (através da explosão de Supernovas de tipo II). Raios galácticos com maior abundância revelam um passado de formação estelar intensa. Propomos um modelo segundo o qual a taxa de formação estelar depende da taxa de alimentação dos braços pelo gás do disco, ou seja depende da velocidade relativa dos braços com relação à curva de rotação. O modelo prevê a existência de um mínimo de formação estelar e de metalicidade, na co-rotação. O mínimo é suavizado e pode parecer um plateau, devido aos mecanismos de mistura de material de raios galácticos próximos. Um passo importante na verificação deste modelo foi a determinação precisa do raio de co-rotação no disco galáctico, através do estudo da amostra de aglomerados galácticos. Construímos o catálogo mais completo existente destes objetos, completando-o com a determinação de movimentos próprios e de velocidades radiais. Estes objetos tem idade conhecida, e é possível descobrir o local onde nasceram, integrando sua órbita galáctica por um tempo igual a sua idade. Outro passo foi a determinação precisa do gradiente de metalicidade de vários elementos, através da observação de cefeídas, numa série de artigos de autoria principal de Sergei Andrievsky. Em paralelo, diversos esforços têm sido feitos, com o objetivo de avaliar a taxa de formação estelar e de aprofundar o conhecimento da estrutura da Galáxia.