Áreas de atuação
Os objetivos científicos dos projetos se agrupam em duas categorias principais, descritas a seguir:
Acessar regiões obscurecidas por poeira ou objetos de alto redshift, o que levou à necessidade de construir instrumentos otimizados na região espectral do infravermelho, com os quais se pode penetrar camadas de poeira e acessar a distribuição espectral de energia de objetos a altos redshifts. Dentro desta categoria encontram-se projetos para:
estudo de estrelas em formação dentro de nuvens moleculares ricas em poeira na nossa galáxia;
a procura de planetas em formação em torno de estrelas próximas, planetas cuja emissão se dá no infravermelho;
o estudo de objetos da região central da nossa galáxia, escondidos por nuvens de poeira;
o estudo de regiões de formação estelar em outras galáxias;
o estudo das regiões nucleares de galáxias com núcleos ativos - procura por buracos negros;
estudo das regiões centrais de galáxias starburst - formação de superaglomerados de estrelas;
estudo de galáxias a altos redshifts, cujo pico da distribuição espectral de energia fica deslocado para o infravermelho.
Acessar objetos cada vez mais fracos ou distantes, para entender a evolução das estrelas na galáxia e das galáxias no Universo. Para isto são necessários telescópios de grande área coletora e instrumentos eficientes. Este objetivo motivou a construção de novos espectrógrafos com alta eficiência e alta resolução espectral, espectrógrafos de campos integrais (IFUs), e espectrógrafos multi-objeto. Dentro desta categoria podemos citar:
estudos da abundância química de estrelas individuais do bojo da nossa galáxia e das Nuvens de Magalhães;
estudos de abundância química de aglomerados de estrelas em galáxias próximas;
estudos cinemáticos dos objetos citados nos itens anteriores;
estudo de abundância química de sistemas de absorção em quasares;
estudo da população estelar e abundância química em galáxias distantes.
Instrumentação a desenvolver dentro deste projeto:
Planos opto-mecânicos para espectrógrafo de alta resolução espectral para o telescópio SOAR.
Planos opto-mecânicos e construção parcial para o módulo de resolução R=34.000 do espectrógrafo bHROS do telescópio Gemini/Sul, em colaboração com a University College London (UCL), e o National Optical Astronomical Observatory (NOAO).
Desenvolvimento de software para aquisição e redução dos espectros obtidos com o espectrógrafo IFU para o telescópio SOAR, atualmente em construção no Brasil, em colaboração com a equipe de software de redução de dados do módulo IFU do instrumento GMOS, do Gemini.
Construção de novo espectrógrafo IFU no vermelho (0,6-1,1 microns), onde os planos ópticos e mecânicos do primeiro espectrógrafo serão utilizados. Neste caso um novo CCD espesso, apropriado para esta região espectral, e outro tipo de fibras ópticas são necessários.
Detector infravermelho: complementar a câmara imageadora infravermelha Spartan do SOAR, além da ampliação de 1 detector para 3 ou 4 detectores, formando um mosaico que utilize todo o campo isocinético.
Laboratório de Instrumentação Astronômica, onde as áreas de atuação pretendidas são: óptica, mecânica de precisão e eletrônica. O laboratório principal pretendido no âmbito deste instituto será localizado no Laboratório Nacional de Astrofísica - LNA/CNPq, de acesso a toda a comunidade. Outros laboratórios nas diferentes instituições participantes serão também apoiados.
Laboratório para desenvolvimento de
software e processamento
de dados do
IF/UFRGS, com uso aberto a todos os participantes do Instituto
do Milênio.
Várias das instituições envolvidas neste projeto já
contam com seus próprios programas de divulgação científica. Exemplos de
atividades de sucesso são: a Assessoria de Comunicação Social do LNA, que
sedia o Banco de Recursos para o Ensino de Astronomia da
Comissão de Ensino
da Sociedade Astronômica Brasileira (BREA/CESAB); os cursos de
extensão para professores de ensino fundamental e médio do
INPE e
IAG-USP,
no caso do INPE utilizando sua infra-estrutura das assessorias de Imprensa
e Treinamento; os programas de atendimento ao público do IAG/USP e do
ON/MCT.
O Observatório Astronômico da UFRGS tem cursos de extensão e atendimento ao
público, e
Observatório Educativo Itinerante. Também um projeto
importante concedido pela
Fundação Vitae
para criação de
6 Observatórios Virtuais
utilizados
para educação possibilitará atuação junto a escolas de ensino médio, com treinamento
de professores.
Este Instituto do Milênio pretende destinar da ordem de 1% das suas verbas
à divulgação científica, num âmbito multi-institucional, que colabore com
os programas já existentes e contribua para a criação de novos núcleos de
divulgação. Algumas das atividades previstas são:
Apoiar as Atividades do Projeto de Educação em Ciências com Observatórios Virtuais;
Suprir dentro do possível a falta de assessoria de imprensa e de relações públicas dentro dos institutos de astronomia brasileiros;
Ampliar e manter o BREA/CESAB: este é um acervo material e eletrônico que fornece subsídios para os astrônomos profissionais, amadores e professores;
Elaborar materiais didáticos, inclusive com a produção de textos impressos e eletrônicos para distribuição junto às escolas, possibilitando o aprendizado de conceitos astronômicos básicos (dentro dos parâmetros curriculares nacionais e de cada estado) e esclarecimentos sobre novas descobertas astronômicas;
Participação de pesquisadores diretamente envolvidos
com ensino e divulgação de astronomia em eventos no país e no exterior, em
visitas curtas que propiciem intercâmbio de experiências e atualização da
equipe no encaminhamento daquelas atividades.
Programa de formação de novos pesquisadores nas áreas
principais de atuação do Instituto
Um dos objetivos principais do MEGALIT será o fortalecimento da pesquisa
em Astronomia no país, impactando assim o sistema educacional em todos os
níveis. Isso contribuirá para um avanço considerável do sistema universitário
como um todo. O MEGALIT promoverá também, prioritariamente, o fortalecimento
dos centros emergentes e a criação de novos grupos de pesquisa em astronomia no país.
Formação de mestres e
doutores
A formação de mestres e doutores em Astronomia no país é de algumas dezenas
por ano. Neste Instituto do Milênio, daremos especial atenção em direcionar
pessoal para os centros emergentes, onde haverá possibilidade de fixação de
pesquisadores e engenheiros. Daremos ainda uma nova dimensão à interação
entre teoria, observação e instrumentação, a exemplo dos países desenvolvidos,
onde esses três aspectos trabalham em conjunto. Assim, será dada particular
ênfase à parte instrumental na formação dos novos mestres e doutores. Combinada
com as partes teórica e observacional, que constituem as áreas de maior experiência
dos astrônomos brasileiros, pretendemos tornar mais completa a formação dos
novos astrônomos, inserindo-os no programa do Instituto do Milênio, com maior
participação e interação.
Pós-doutoramentos
Os pós-doutores ainda sem contrato vêm aumentando rapidamente em número
e qualidade. Eles representam o futuro da área. O MEGALIT terá assim uma
função muito importante na organização e inserção destes valiosos recém formados
nos centros já existentes e a serem induzidos. Há da ordem de 30 pós-doutores,
com bolsas de pós-doutoramento no país ou exterior, à espera de colocação
e de ação da comunidade em prol de seu futuro. O envolvimento efetivo desses
pós-doutores nas atividades científicas e instrumentais do SOAR e Gemini
é um dos objetivos prioritários do Instituto do Milênio.