Painel expandível EVOLUÇÃO
Este painel apresenta uma síntese das atuais Teorias de Evolução: uma aventura intelectual tentando explicar o mundo por causas internas - sem a intervenção de entidades sobrenaturais -inciada há mais de 20 séculos. A idade do Universo foi adotada como 14 bilhões de anos (o número oficial é 13,7). As fases do Big Bang e da Cultura Humana estão bastante exageradas. A organização ao longo do eixo do tempo pode dar a impressão que a evolução se processa numa única linha da qual somos o ápice. Isso é apenas uma consequência de que o panorama é apresentado do global para o particular. As linhas em forma da V indicam os pontos onde ampliamos os detalhes. Partindo da origem do Universo como um todo, o leque vai se fechando em uma galáxia, a Via Láctea, dentro dela é focalizada uma região onde nasceu umas de suas estrelas, o Sol, rodeada de planetas, entre eles o nosso. De todas as espécies vivas focalizamos a nossa. O ponto de interrogação em nosso futuro enfatiza a transitoriedade da Humanidade, em sua forma atual. Obviamente seria impossível representar a evolução de todas as espécies de todos os planetas, à volta de todas as estrelas de todas as galáxias do(s) Universo(s). O Homem moderno não é o objetivo da evolução cósmica. Ao chegar ao Homem atual (representado pelo astronauta), a leitura correta consiste em olhar para trás e ver que quanto mais no passado, nossa história se ligava a processos cada vez mais amplos, atingindo o Universo como um todo, em seu início. Use as setas abaixo da imagem para navegá-la.
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AS 5 FASES
I- A Grande Explosão Inicial (Big Bang)
    Não se sabe o que existia antes. Concentração indefinidamente 
    elevada de energia. Dentro do falso vácuo criam-se regiões de 
    vácuo verdadeiro, os bolsões de espaço tempo com gravidade 
    positiva. Seria nosso universo apenas um dentre inúmeros "bolsões cósmicos"? 
    Universos nasceriam em ninhadas? Continuam nascendo? De qualquer modo seriam 
    paralelos, incomunicáveis. Díspares. Efêmeros uns, outros duradouros como 
    o nosso. Que continua crescendo, parindo seu próprio espaço. No início, as 
    quatro forças da natureza estavam unidas. A gravidade foi a primeira a se 
    separar. A seguir a força nuclear forte se separa, liberabdo enorme quantidade 
    de energia produzindo a inflação. O espaço cresce muito mais 
    rápido que a luz. Eras se sucedem em minúsculas frações de segundo. Eras de 
    calor intenso, capaz de desmontar átomos. Os quarks são confinados, 
    formando partículas e anti-partículas. Sopa cósmica de luz, 
    matéria e anti-matéria, transformando uma na outra, sem cessar. De repente 
    tudo se aniquila, vira luz. Aliás, quase tudo. Para nossa sorte a simetria 
    não era perfeita, senão o universo teria se tornado uma mera 
    bolha de luz. Havia um bilionésimo a mais de matéria que anti-matéria. Foi 
    tudo o que sobrou e hoje chamamos de "matéria comum" (estrelas, seres vivos). 
    Essa matéria compõe 4% do universo, sendo que os restante é 
    composto por matéria escura (23%) e energia escura (73%). Nos 3 primeiros 
    minutos 10% dos prótons são amalgamados, formando núcleos de Hélio, mas o 
    esfriamento rápido aborta a nucleossíntese. A luz domina sobre a matéria no 
    primeiros 10 mil anos. O Universo nessa fase é um plasma ionizado, 
    luminoso como uma lâmpada a gás.
II- A Formação dos Astros e dos Átomos Pesados 
    Aos 380mil anos, o Universo fica tão frio quanto a superfície do Sol. A matéria 
    fica neutra, deixando a luz percorrer livremente o espaço. O céu fica transparente 
    e escuro. A gravidade cria estruturas em grande e pequena escala. Alguns colapsam 
    em buracos negros gigantes, emitindo chafarizes de luz - os quasares. Em torno 
    deles gases se acumulam para gerar futuras galáxias. Ao que tudo indica, a 
    matéria luminosa que vemos apenas segue halos gigantes de matéria escura - 
    um tipo de matéria que ainda não conhecemos. Aos 200 milhões de anos nasce 
    a primeira geração de estrelas, a mais prolífica até agora. A gravidade 
    comprime e esquenta o coração das estrelas. Caroços atômicos simples são fundidos 
    em núcleos mais pesados, retomando a nucleossíntese, abortada no Big-Bang. 
    As estrelas gigantes logo explodem, espalhando seus átmos pesados, especialmente 
    o Oxigênio. A injeção do O num universo de H cria a água, 
    a substância mais comum e mais velha nas galáxias. Estrelas menores 
    começam a morrer 1 bilhão de anos mais tarde, colocando em circulação mais 
    elementos químicos pesados: Ferro, Carbono, Nitrogênio, Fósforo etc. Há12 
    bilhões de anos atrás a tabela periódica dos elementos 
    já estava completa. Em especial, existiam todas as condições 
    necessártias para a vida: energia e elementos biogênicos. Agora 
    é a vez da força eletromagnética encaixar átomos, tecendo as moléculas. Trabalho 
    lento num meio interestelar rarefeito e gélido. Mas o tempo é tão longo que 
    já detectamos uma centena de moléculas, dentre elas água, açúcares, 
    álcoois e aminoácidos. As moléculas do carbono dominam amplamente, 
    assim na Terra como no céu.
III- A Evolução da Terra e da Vida 
    A cada geração de nascimento e morte de estrelas, formam-se mais e mais planetas 
    rochosos como o nosso. Teriam eles abrigado vida como aqui? Se a vida só precisa 
    de água líquida e elementos biogênicos para se formar, ela teria surgido há 
    muito tempo e em muitos lugares da Galáxia. A órbita em que a Terra nasceu 
    era um lugar inóspito para a vida: excesso de calor e falta de elementos biogênicos. 
    O bombardeio cerrado de cometas que estavam nas partes externas do disco protoplanetário 
    trouxe para cá água e compostos carbonados. A chuva de poeira e pequenos meteoros 
    aportou moléculas orgânicas e aminoácidos, difíceis de serem fabricados nas 
    condições terrestres. Se a vida caiu do céu já pronta, junto com esses escombros 
    do sistema solar, ou se nasceu aqui mesmo, ainda não sabemos. Mas ela gostou 
    do planeta. Sinais indiretos de vida indicam que ela já era abundante menos 
    de 1 bilhão de anos depois do início da formação da Terra. Ela parece ter 
    se instalado ainda na fase de impactos esterilizantes (4,6-3,9 b.a.) O cenário 
    é tão hostil e o tempo tão curto que ela parece ser uma praga agressiva e 
    resistente. Nascida de um único ancestral comum, a vida diversificou sua teia 
    de um modo extraodinário. A partir dos oceanos, colonizou a terra firme. Diversificou 
    suas formas de obter energia, invadiu todos os habitats, do frio polar ao 
    tórrido equador. As algas fotossintéticas "envenenaram" de 
    oxigênio a atmnosfera, dizimando a vida anaeróbica e exalando 
    a camada de ozônio. Cremos que a vida gosta de primavera, mas cada catástrofe 
    foi um impluso para novos modos de existência. Depois de uma grande glaciação 
    (há 600 milhões de anos atrás), aparecem os seres multicelulares. Depois da 
    morte dos dinossauros (há 65 milhões de anos), os mamíferos ocuparam o planeta.
  
 IV- A Cultura Humana -ou criação do "mundo 
    virtual"
    Recentemente (40-70 mil anos), uma espécie bastante inexpressiva, começou 
    a criar símbolos. Com eles criou um mundo virtual, no qual se baseia a sociedade, 
    a cultura humana. Além de operar diretamente no concreto, como os outros 
    animais, passamos e projetar a ação num espaço virtual 
    para depois agir no concreto. Operando sobre símbolos abstratos, nosso poder 
    abarca o próprio planeta. Extraimos toda a energia que queremos, manipulamos 
    o código da vida, voamos através do vácuo, onde nehnum outro ser vivo sobrevive. 
    Fazemos planos para superar a morte. Examinamos o mundo em todas as escalas 
    de tempo e espaço. Contamos a história de todas as coisas. O Universo fala 
    de si mesmo por nossa boca, se enxerga através de nossos olhos. Nós contemos 
    o Universo que nos contém (Paul Valéry). Cada uma das 6 bilhões de pessoas 
    da Terra é um universo em si. Seríamos o ápice da evolução? Certamente não, 
    apenas um de seus produtos efêmeros e improváveis. A evolução 
    nunca parou de criar novidades e não seremos a sua criação 
    final. A cada criação de uma novidade evolutiva, cria-se um 
    horizonte linguístico entre a nova e as velhas estruturas. Só 
    se pode ler a evolução olhando para o passado, jamais para o 
    futuro. Podemos falar das células, das moléculas, mas elas não 
    podem compreender o mundo da palavra, embora participem de sua elocução. 
    Algo novo virá, se é que já não veio e nunca ficaremos 
    sabendo. Existem horizontes intransponíveis para o conhecimento.
  
 V- O Futuro 
    A máquina da evolução não cessa de digerir suas próprias criaturas. Está transformando 
    nossos corpos e mentes de modo rápido e sem retorno. Suas guinadas são tão 
    inesperadas que nossos descendentes poderão ter dificuldades em reconhecer 
    nosso parentesco. Sobre o futuro, sabemos algumas coisas. O universo vai se 
    expandir e esfriar para sempre. O Sol, que reinou como nossa fonte estável 
    de energia por tanto tempo, se esgotará em 5 bilhões de anos. Muito antes 
    disso, entretanto (0,5-1 b.a.), ele estará tão luminoso que será o 
    fim da biosfera. Catástrofes cósmicas poderão acontecer mesmo antes disso. 
    Não sabemos se o domínio da linguagem simbólica (ciência) será relevante para 
    nossa sobrevivência. Mas, para escapar daqui, ela é essencial. 
  
Mensagem: Hoje compartilhamos este planeta acolhedor e devemos zelar para que tenha o máximo de vida. Devemos ter em mente que um simples punhado de lixo encerra um grande trabalho cósmico. Tanto quanto as estrelas tiveram para fabricar a matéria de nossos corpos. Somos irmãos do lixo por parte das estrelas. O conhecimento astronômico implica numa consciência ecológica mais ampla.