Astronomia ao meio-dia

Sistemas binários estelares de alta massa e sua conexão com as ondas gravitacionais


Leonardo Almeida

IAG/USP




Um ingrediente chave faltando nas teorias de formação e evolução das estrelas de alta massa, e da evolução de aglomerados de estrelas, é uma fração robusta de binárias e distribuições intrínsecas dos parâmetros orbitais. Para ajudar a resolver este problema, o levantamento VLT-FLAMES Tarantula (VFTS, sigla em inglês), que observou 800 estrelas do tipo espectral O e B em 30 Dor, região localizada na Grande Nuvem de Magalhães, foi desenhado para detectar binárias massivas com períodos orbitais menores que 200 dias: a fração de binárias observada do tipo espectral O foi de 27% (100 binários). Para caracterizar estes sistemas binários, em 2012, começamos uma campanha de observação, chamada Monitoramento de binárias massivas na Tarantula (TMBM, sigla em inglês), utilizando o espectrógrafo GIRAFFE/VLT/ESO. Trinta e dois espectros da amostra foram coletados entre os anos de 2012 e 2014. Nesta palestra, será apresentado o cenário geral para a evolução de estrelas de alta massa, bem como a estratégia utilizada na campanha para obter as curvas de velocidade radial das binárias. As distribuições do período orbital, razão de massa e excentricidade da nossa amostra serão comparadas com outras medidas de diferentes ambientes. Em particular, será discutida a importância do sistema VFTS 352 (a binária em sobrecontato mais quente e massiva conhecida até agora), para o entendimento da evolução das estrelas de alta massa e para a formação de sistemas binários de buracos negros, os quais são fontes intensas de ondas gravitacionais, como nós agora conhecemos depois da descoberta feita em Setembro de 2015 pelo Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory.



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