EDITORA ODYSSEUS DEDICA LIVRO
AO HOMEM QUE VIROU NOME DE TELESCÓPIO ORBITAL

ASTRÔNOMO BRASILEIRO CONTA COMO HUBBLE REVELOU A EXPANSÃO DO UNIVERSO

Este é um livro que desmistifica a imagem do cientista como gênio tímido. Hubble – A Expansão do Universo traz a história da surpreendente descoberta (até para o próprio descobridor) de que o Universo se expande, e também a vida e a personalidade, igualmente expansivas, do astrônomo americano Edwin Hubble. A obra é um dos novos volumes da Coleção IMORTAIS DA CIÊNCIA, da Odysseus Editora. O texto é assinado por Augusto Damineli, astrônomo brasileiro que se tornou referência internacional por seus estudos sobre a estrela Eta Carinae.

Damineli relata a juventude de Hubble para dar ao leitor uma noção da base psíquica sobre a qual o futuro astrônomo construiu seu sucesso. O jovem Edwin era um esportista apaixonado: brilhou no boxe, no futebol americano e no basquete. Nessa forja, moldou seu espírito de luta e sua persistência. ubble nada tinha em comum com o estereótipo do cientista desligado do mundo. Bonito, charmoso, sociável, ambicioso, alardeava suas descobertas para os colegas e a imprensa. Não sendo a modéstia sua maior qualidade, concentrou suas pesquisas nos tópicos mais polêmicos da época (décadas de 1920 e 1930). Estava em jogo, então, a própria concepção do Universo.

Naqueles anos as opiniões sobre o Cosmos estavam divididas. Alguns cientistas pensavam que nossa galáxia, a Via Láctea, era uma solitária ilha de matéria flutuando no espaço, sendo as várias nebulosas, vistas ao telescópio, partes dessa galáxia, como montanhas numa ilha. Outros achavam que o Universo era repleto de galáxias, chamadas então de universos-ilha. Discutiam-se as distâncias entre essas nebulosas e, principalmente, a centralidade da Via Láctea e, portanto, do Homem. Afinal, se nem a Terra nem o Sol são o centro de tudo, quem sabe nossa galáxia pudesse sê-lo...

Hubble encarou a questão como guerreiro. Para vencer a batalha era necessário medir com precisão as distâncias entre as nebulosas e o Sol. Com muita paciência, foi atrás de fontes-padrão, fontes de luz que podem ser usadas na determinação de distâncias espaciais.  ssa determinação é o maior desafio da Astronomia Extragaláctica. Como calcular, por exemplo, os cem mil anos-luz de diâmetro da Via Láctea? Mas Hubble era persistente como um atleta treinado. Ele provou que a Via Láctea é uma entre milhões de galáxias, cada qual com bilhões de estrelas. Sozinho, ele aumentou vertiginosamente o tamanho do Cosmos.

Nessa empreitada, porém, ele fez uma descoberta muito maior – a Lei de Hubble – pedra fundamental da Cosmologia Moderna. Hubble se recusou a admitir a interpretação de que os deslocamentos da luz das galáxias para o vermelho fossem devidos a velocidades. A idéia de que estamos num Universo em movimento – as galáxias voando pelo espaço como estilhaços de uma granada – encontrava resistência generalizada na época. Enquanto a Segunda Guerra Mundial explodia em nosso pequeno mundo, a idéia do Universo em expansão ganhou grande popularidade. A expansão cósmica implicava também que o Universo teve um começo. Isso deixou os criacionistas felizes e aborreceu os materialistas, como o Fred Hoyle, amigo de Hubble, criador de um modelo cosmológico alternativo ao Big Bang, que acabou não dando certo.

Mas além dessa história da Cosmologia observacional, o livro aborda os conceitos físicos mais importantes usando exemplos simples e matemática elementar. O modelo do Big Bang (a explosão original que teria dado origem à expansão do Universo) é apresentado de forma detalhada, além de resultados recentes do satélite WMAP, de fevereiro de 2003.

Em Hubble – A Expansão do Universo, o leitor participa do grande debate da Astronomia do início do século XX e refaz os passos da descoberta que mudou de vez a compreensão de nosso lugar no Universo em que vivemos.